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sexta-feira

NOSSO PERISPÍRITO E ORIENTAÇÕES DE ALLAN KARDEC, TÃO PERTINENTE A NOSSA UMBANDA


 

 

 

 

 

 

 

 

 

Perispírito

Como a semente de um fruto é envolvida pelo perisperma, o espírito, propriamente dito, é revestido de um envoltório que, por comparação, se pode chamar perispírito.



Perisperma

Significado de Perisperma

sm (peri+esperma) -  Fina membrana envolvente, produzida pelo resto não absorvido da nucela, que fica em redor do embrião e do endosperma de uma semente. Fonte: http://www.dicio.com.br


 
O perispírito, ou corpo fluídico dos espíritos, é um dos produtos mais importantes do fluido cósmico. É uma condensação deste fluido em torno de um foco inteligente, ou alma.

O corpo carnal tem igualmente a sua origem nesse mesmo fluido, transformado e condensado em matéria tangível. No perispírito, a transformação molecular opera-se de modo diferente, pois o fluido conserva a sua imponderabilidade e as suas qualidades etéreas. O corpo perispiritual e o corpo carnal têm, pois, a sua origem no mesmo elemento primitivo. Ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes.

 
A existência de um elemento intermediário entre o espírito e o corpo físico é admitida desde a mais remota Antiguidade. No Egipto (5000 anos a. C.) já se acreditava na existência de um corpo para o espírito, denominado kha. Na Índia, no "Rig-Veda", livro sagrado dos vedas, encontramos referências ao perispírito, com o nome de linga-sharira. Para Confúcio era o "corpo aeriforme". 


Na Grécia, os filósofos adoptavam uma variada nomenclatura para defini-lo: «veículo leve», «corpo luminoso», «carro subtil da alma». Paracelso chamou-lhe corpo astral, ou evestrum. Leibnitz denominava-o de «corpo fluídico». 


Paulo de Tarso refere-se ao perispírito nas suas epístolas, chamando-lhe corpo espiritual, ou corpo incorruptível. Modernamente, como consequência de algumas deduções evidentes a favor da sua existência por parte de alguns cientistas, o perispírito é chamado modelo organizador biológico (MOB), corpo bioplasmático, etc.

 
A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do espírito. 


... Alguns há, portanto, cujo envoltório fluídico, se bem que etéreo e imponderável em relação à matéria tangível, ainda é por demais pesado, se assim nos podemos exprimir, em relação ao mundo espiritual, para não permitir que eles saiam do meio que lhes é próprio. Nessa categoria devem ser incluídos aqueles cujo perispírito é tão grosseiro que eles o confundem com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos. 

Esses espíritos, cujo número é avultado, permanecem na superfície da Terra, como os encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações terrenas. Outros, um pouco mais desmaterializados, não o são, contudo, suficientemente para se elevarem acima das regiões terrestres».


... "O envoltório perispirítico de um espírito modifica-se com o progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo meio; ... os espíritos superiores, encarnando, excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, têm um perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo".


Sabemos que a união do espírito (espírito mais perispírito) ao corpo físico tem início no momento da concepção. 

Essa ligação permite que o perispírito se constitua numa verdadeira matriz espiritual, orientando o desenvolvimento do futuro ser. 


É o espírito Emmanuel quem nos diz: "... e espanta ao embriologista a lei organogenética que estabelece a ideia directora do desenvolvimento fetal, desde a união do espermatozóide ao óvulo, especificando os elementos amorfos do protoplasma; nos domínios da vida, essa ideia directriz conserva-se inacessível até hoje aos nossos processos de indagação e análise, porquanto esse desenho invisível não está subordinado a nenhuma determinação físico-química, porém, unicamente ao corpo espiritual preexistente, em cujo molde se realizam todas as acções plásticas da organização, e sob cuja influência se efectuam todos os fenómenos endosmóticos".


Um estudo profundo do perispírito, seguindo-se ao trabalho magistral da codificação kardequiana, é desenvolvido por Gabriel Delanne no seu livro «A Evolução Anímica», publicado em 1885. Apesar do avanço dos conhecimentos científicos, podemos observar que as modernas pesquisas nada mais têm feito do que comprovar o valor da referida obra em relação a tão palpitante tema. 

É nesse livro que encontramos referência às dúvidas e argumentos do notável fisiologista francês Claude Bernard, ao examinar o desenvolvimento celular, o embrião e o ser já formado. «O que diz essencialmente com o domínio da vida, e não pertence à química, nem à física, nem ao que mais possamos imaginar, é a ideia directriz dessa actuação vital. Em todo o germe vivo há uma ideia dirigente, a manifestar-se e a desenvolver-se na sua organização. Depois, no curso de toda a sua vida, o ser permanece sob a influência dessa força criadora, até que morre, quando ela não se pode efectivar. 

É sempre o mesmo princípio de conservação do ser que lhe reconstitui as partes vivas, desorganizadas pelo exercício, por acidentes ou enfermidades». O ilustre fisiologista, contemporâneo de Kardec, não fala em perispírito, mas imagina a sua existência, quando fala de uma ideia directriz e desenho ideal de um organismo ainda invisível.


No estudo da referida obra de Gabriel Delanne fica evidenciado que o perispírito é uma aquisição do espírito na sua longa marcha pelos caminhos desta evolução biológica. Essa evolução está claramente definida no capítulo XI da Segunda parte de «O Livro dos Espíritos» e vem completar-se com o trabalho dos grandes naturalistas do século XIX, de entre os quais se destaca a figura de Charles Darwin, cujo trabalho principal, "A Origem das Espécies", foi publicado em 1859, dois anos após a publicação de "O Livro dos Espíritos".


O conhecimento do perispírito faz luz sobre vários pontos obscuros da referida obra, que, apesar de notável, analisa a evolução do ponto de vista simplesmente material, deixando de lado o elemento mais importante no mecanismo da vida, ou seja, o espírito, para o qual as formas vivas são apenas filtros de transformismo, tendo em vista a sua superior finalidade.


Para finalizar, citamos algumas propriedades do perispírito, entre tantas, por certo, que não podemos ainda compreender. 



1. Matriz espiritual do corpo físico

Pela revelação, ficamos a saber que a união do espírito ao corpo se opera no momento da concepção, portanto, quando se forma a célula ovo. Pelo raciocínio somos levados a concluir que apenas os elementos constitutivos dos cromossomas, ou seja, o ácido desoxirribonucleico (ADN), ácido ribonucleico (ARN) e proteínas seriam insuficientes para desencadearem o maravilhoso fenómeno da vida. É necessária a presença da ideia directriz de Claude Bernard, para nós o perispírito, orientando e disciplinando o desenvolvimento celular. 



2. Sustentador das formas físicas dos seres vivos

Sabemos que a renovação celular é uma constante em todos os seres vivos. No caso da espécie humana, ao cabo de mais ou menos oito anos, há uma renovação total das células, exceptuando as células nervosas ou neurónios. Como entender-se que persista a fixidez da espécie, a memória e os demais actos necessários à actividade vital, diante de tão surpreendente renovação? Graças, claro, à acção directiva do perispírito, que não só orienta a formação do ser como sustenta a sua forma, até que ocorra a desencarnação.




3. Retrata o nosso estado mental

Por ser um organismo estruturado num outro espaço, sofre, decisivamente, a acção da nossa mente, definindo a nossa posição no concerto evolutivo. Após a morte do corpo físico, de acordo com o seu peso específico, gravitaremos até às regiões afins com o nosso modo de ser.




4. Papel na mediunidade

No mecanismo da mediunidade é fundamental a ação do perispírito, seja pela capacidade de exteriorização que os médiuns possuem, seja pela combinação do fluido perispiritual do médium com o fluido perispiritual dos espíritos.



Conteúdo do texto adpatado,  advindo de palestras e cursos sobre Espiritismo realizados no  Grupo Cáritas de Pirenópolis-GO .





LEI DOS FENÔMENOS ESPÍRITAS - SEGUNDO ALLAN KARDEK - CODIFICADOR DO ESPIRITISMO

             
      Esta instrução é feita visando sobretudo pessoas que não possuem qualquer noção do Espiritismo e às quais se quer dar uma idéia sucinta em poucas palavras. Nos grupos ou reuniões espíritas onde se acham assistentes noviços, ela pode ser útil ao preâmbulo das sessões, conforme as necessidades. 

     As pessoas estranhas ao Espiritismo, não compreendendo nem o seu fim nem os seus meios, quase sempre dele fazem uma idéia completamente falsa. Sobretudo o que lhes falta é o conhecimento do princípio, a primeira dos fenômenos, em falta disto, o que elas vêem  e  ouvem  sem  proveito,  e mesmo sem interesse. É fato adquirido pela experiência que a simples vista ou o relato dos fenômenos não basta para convencer. Aquele mesmo que testemunha fatos capazes de o confundir fica mais admirado que convencido; quanto mais extraordinário lhe parece o efeito, tanto mais o suspeita. Um sério estudo prévio é o único meio de levar à convicção; muitas vezes mesmo isto basta para mudar inteiramente o curso das idéias. Em todo o caso, ele é indispensável para a inteligência dos mais simples fenômenos. Em falta de uma instrução completa, que não pode ser dada em poucas palavras, um resumo sucinto da lei que rege as manifestações bastará para fazer encarar a coisa sob sua verdadeira luz pelas pessoas ainda não iniciadas. É a primeira baliza que damos na curta instrução que segue. Contudo, é necessária uma observação prévia. 

     A propensão dos incrédulos geralmente é para suspeitar da boa-fé dos médiuns e supor o emprego de meios fraudulentos. Além de tal ponto de vista ser uma suposição injuriosa para certas pessoas, antes de tudo há que perguntar qual o interesse que estas poderiam ter em enganar e representar, ou fazer representar uma comédia. A melhor garantia de sinceridade está no desinteresse absoluto, pois onde há a ganhar, o charlatanismo não tem razão de ser. 

     Quanto à realidade dos fenômenos, cada um pode constatá-la, se se colocar em condições favoráveis e se se trouxer à observação dos fatos paciência, perseverança e a imparcialidade necessárias. 

     1. - O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as Conseqüências morais decorrentes dessas relações. 

     2. - Os Espíritos não são, como por vezes os imaginam, seres à parte na criação; são as almas dos que viveram na terra e em outros mundos. As almas ou Espíritos são, pois, uma só e mesma coisa; de onde se segue que quem quer que creia na existência da alma, por isso mesmo crê na dos Espíritos.


     3. - Geralmente fazem uma idéia muito falsa do estado dos Espíritos; eles são, como alguns pensam, seres vagos e indefinidos, nem chamas, como fogos-fátuos, nem fantasmas, como nos contos de aparições. São seres semelhantes a nós, com um corpo como o nosso, mas invisível e fluídico em estado normal. 

     4. - Quando a alma está unida ao corpo durante a vida, tem um envoltório duplo: um pesado, grosseiro e destrutível, que é o corpo; outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito. O perispírito é o elo que une a alma ao corpo. É por intermédio dele que a alma faz o corpo agir e que percebe as sensações experimentadas pelo corpo. 

     5. - A morte é apenas a destruição do envoltório grosseiro; a alma abandona esse envoltório, como se deixa uma roupa servida, ou como a borboleta, que deixa a sua crisálida. Mas conserva o seu corpo fluídico, ou perispírito. 
     A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem; a alma e o perispírito, separados do corpo, constituem o ser chamado Espírito.
 
     6. - A morte do corpo desembaraça o Espírito do envoltório que o ligava à terra e o fazia sofrer. Uma vez livre desse fardo, tem apenas o seu corpo etéreo, que lhe permite percorrer o espaço e transpor distâncias com a rapidez do pensamento. 

     7. - O fluido que compõe o perispírito penetra todos os corpos e, como a luz, atravessa os corpos transparentes; nenhuma matéria lhe faz obstáculo. É por isso que os Espíritos penetram em toda a parte, nos lugares mais hermeticamente fechados. É uma idéia ridícula crer que entrem por uma pequena abertura, como o buraco de uma fechadura ou o tudo da chaminé. 

     8. - Os Espíritos povoam o espaço; constituem o mundo invisível, que nos rodeia, em meio do qual vivemos, e com o qual estamos em contato incessante. 

     9. - Os Espíritos têm todas as percepções que tinham na terra, mas em mais alto grau, porque suas faculdades não são amortecidas pela matéria; têm sensações que nos são desconhecidas; vêem e ouvem coisas que os nossos sentidos limitados não nos permitem ver nem ouvir. Para eles não há escuridão, salvo para aqueles cuja punição é ficarem temporariamente nas trevas. Todos os nossos pensamentos repercutem neles e aí lêem como num livro aberto; de sorte que aquilo que podemos ocultar a qualquer um, quando vivo, não o podemos mais, desde que ele é Espírito.


     10. - Os Espíritos conservam as afeições sérias que tinham na terra; pela visão, pela audição, pelo tato, pelos ruídos, movimentos dos corpos, escrita, desenho, música, etc. Manifestam-se por meio de pessoas dotadas de uma opinião especial para cada gênero de manifestações, e que se distinguem sob o nome de médiuns. É assim que se distinguem os médiuns videntes, falantes, auditivos, sensitivos, de efeitos físicos, desenhistas, tiptologistas, escreventes, etc. Entre os médiuns escreventes há numerosas variedades, conforme a natureza das comunicações que são aptos a receber. 

     11. - Posto que invisível para nós em estado normal, o perispírito não deixa de ser matéria etérea. Em certos casos, o Espírito pode fazê-lo sofrer uma espécie de modificação molecular, que o torna visível e, até, tangível. É assim que se produzem as aparições. Esse fenômeno não é mais extraordinário que o do vapor, que é invisível, quando muito rarefeito, e que se torna visível, quando condensado.
     Os Espíritos que se tornam visíveis apresentam-se quase sempre sob a aparência que tinham em vida, e que os pode dar a conhecer. 

     12. - É auxiliado por seu perispírito que o Espírito age sobre o seu corpo vivo. É ainda com esse mesmo fluido que se manifesta, agindo sobre a matéria inerte, produzindo ruídos, movimentos das mesas e outros objetos que ergue, derruba ou transporta. Esse fenômeno nada tem de surpreendente se se considerar que, entre nós, os mais poderosos motores se acham nos fluidos mais rarefeitos e, até, imponderáveis, como o ar, o vapor e eletricidade.
     É igualmente com o auxílio de seu perispírito que o Espírito faz os médiuns escrever, falar ou desenhar. Não tendo corpo tangível para agir ostensivamente, quando quer manifestar-se, serve-se do corpo do médium, cujos órgãos ocupa, fazendo-os agir como se fosse seu próprio corpo, e isto pelo eflúvio fluídico, que sobre ele derrama. 

     13. - É pelo mesmo meio que o Espírito age sobre a mesa, quer para movê-la sem significação determinada, quer para fazê-la vibrar golpes inteligentes, indicando as letras do alfabeto, para formar palavras e frases, fenômeno designado sob o nome de tiptologia. Aí a mesa não passa de um instrumento de que ele se serve, como do lápis para escrever. Dá-lhe uma vitalidade momentânea, pelo fluido com que a penetra, mas não se identifica com ela.  As pessoas que,  emocionadas,  ao verem manifestar-se  um  ser que lhes é caro, beijam a mesa, praticam um ato ridículo, porque é absolutamente como se beijassem a bengala de que o amigo se serve para vibrar golpes. Dá-se o mesmo com as que dirigem a palavra à mesa, como se o Espírito estivesse encerrado na madeira, ou como se esta se tivesse tornado Espírito.

     Quando ocorrem comunicações por esse meio, é preciso imaginar o Espírito, não mesa, mas ao lado, como em vida e como seria visto, se no momento se tornasse visível. O mesmo ocorre nas comunicações pela escrita. Ver-se-ia o Espírito ao lado do médium, dirigindo-lhe a mão, ou lhe transmitindo o pensamento por uma corrente fluídica.
     Quando a mesa se ergue do solo e flutua no espaço, sem ponto de apoio, o Espírito não a levanta pela força do braço, mas a envolve e a penetra de uma espécie de atmosfera fluídica, que neutraliza a ação da gravidade, como faz o ar com os balões e papagaios. O fluido de que é penetrada lhe dá momentaneamente uma maior leveza específica. Quando plantada ao solo, está no caso da campânula pneumática, sob a qual se faz o vácuo. São estas simples comparações, para mostrar a analogia dos efeitos, e não a similitude absoluta das causas.
     Depois disto, compreende-se que a um Espírito não é mais difícil levantar uma pessoa do que uma mesa, transportar um objeto de um a outro lugar, ou atirá-lo em qualquer parte. Esses fenômenos são produzidos pela mesma lei.
     Quando a mesa persegue alguém, não é o Espírito que corre, pois pode ficar tranqüilamente no mesmo lugar, mas lhe dá o impulso por uma corrente fluídica, com o auxílio da qual a faz mover-se à vontade.
     Quando os golpes são ouvidos na mesa ou noutro lugar, o Espírito não bate com a mão, nem com um objeto qualquer: ele dirige um jacto de fluido para o ponto de onde parte o ruído, produzindo o efeito de um choque elétrico. Modifica o ruído, como se pode produzir o som produzido pelo ar. 

              
14. - Por estas poucas palavras pode ver-se que as manifestações espíritas, sejam de que natureza foram, nada têm de sobrenatural ou maravilhoso. São fenômenos que se produzem em virtude da lei que rege as relações entre o mundo visível e o invisível, lei tão natural quanto as da eletricidade, das gravitações, etc. O Espiritismo é a ciência que nos dá a conhecer essa lei, como a mecânica nos dá a conhecer as do movimento e a ótica as da luz.
     Estando as manifestações espíritas na natureza, produziram-se em todas as épocas. Conhecida a lei que as rege, explica-nos uma porção de problemas olhados como insolúveis. É a chave de uma porção de fenômenos explorados e amplificados pela superstição.


     15. - Afastado completamente o maravilhoso, tais fenômenos nada mais têm que repugne à razão, porque vêm tomar lugar ao lado dos outros fenômenos naturais. Nos tempos de ignorância, todos os efeitos cujas causas não eram conhecidas eram reputados sobrenaturais. As descobertas científicas foram restringindo continuamente o círculo do maravilhoso. O conhecimento dessa nova lei vem reduzi-lo a nada. Assim, os que acusam o Espiritismo de ressuscitar o maravilhoso, provam, por isto mesmo, que falam do que não conhecem. 


     16. - Uma idéia mais ou menos geral entre pessoas que não conhecem o Espiritismo é crer que os Espíritos,  apenas porque  são desprendidos  da matéria,  devem  saber  tudo e possuir a sabedoria suprema. Isto é um erro grave. Deixando seu envoltório corporal, não se despojam imediatamente de suas imperfeições: só com o tempo se depuram e se melhoram.
     Sendo os Espíritos as almas dos homens, como há homens de todos os graus de saber e de ignorância, de bondade e de maldade, o mesmo se encontra entre os Espíritos. Há-os que são levianos e brincalhões, outros mentirosos e trapaceiros, hipócritas, maus e vingativos; outros, ao contrário, possuem as mais sublimes virtudes e o saber em grau desconhecido na terra. Essa diversidade na qualidade dos Espíritos é um dos mais importantes pontos a considerar, pois explica a natureza boa ou má das comunicações que se recebem. É preciso aplicar-se em as distinguir.
     Disto resulta que não basta dirigir-se a um Espírito qualquer para ter uma resposta justa para cada pergunta. Porque o Espírito responderá conforme o que sabe e, muitas vezes, dará sua opinião pessoal, que pode estar certa ou errada. Se for prudente, confessará sua ignorância sobre o que não sabe; se leviano ou mentiroso, responderá a tudo, sem se preocupar com a verdade; se orgulhoso, dará sua idéia como verdade absoluta. É por isto que São João, o Evangelista, diz: “Não creiais a todo o Espírito, mas experimentais se os Espíritos são de Deus”. A experiência prova a sabedoria deste conselho. Seria, pois, imprudência e leviandade aceitar sem controle tudo o que vem dos Espíritos.
     Os Espíritos só podem responder sobre o que sabem e, ainda, sobre o que lhes é permitido dizer, porque há coisas que não devem revelar, porque ainda não é dado ao homem tudo conhecer.



     17. -  A qualidade dos Espíritos é reconhecida pela linguagem. A dos Espíritos realmente bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica, isenta de toda trivialidade, puerilidade ou contradição; respira sabedoria, benevolência e modéstia; é concisa, sem palavras inúteis. A dos Espíritos inferiores, ignorantes ou orgulhosa carece dessas qualidades; o vazio das idéias aí é quase sempre compensado pela abundância de palavras. 


    18. - Outro ponto a considerar, igualmente essencial, é que os Espíritos são livres; comunicam-se quando querem e a quem lhes convém e, também, quando podem, pois têm as suas ocupações. Não estão às ordens e ao capricho de quem quer que seja,  e a ninguém é dado fazê-las rir mau grado seu, nem lhes fazer dizer o que querem calar. De sorte que ninguém pode afirmar que um certo Espírito virá a seu apelo em determinado momento ou responderá a esta ou àquela pergunta. Dizer o contrário é provar a absoluta ignorância dos princípios mais elementares do Espiritismo. Só o charlatanismo tem fontes infalíveis. 



     19. - Os Espíritos são atraídos pela simpatia, pela similitude dos gostos e dos caracteres, pela intenção que faz desejada a sua presença. Os Espíritos superiores não vão a reuniões fúteis, do mesmo modo que um cientista da Terra não iria a uma reunião de jovens estúrdios. Diz o simples bom senso que não pode ser salutar, combater os vícios, tentar reconduzir ao bom caminho; se não forem escutados retiram-se. Seria fazer uma idéia completamente falsa pensar que Espíritos sérios se comprazem em responder a futilidades,  a perguntas  ociosas, que  nem provam interesse,  nem respeito por eles,  nem real desejo de instruir-se e ainda menos, que      possam vir dar espetáculo para divertir curiosos. Se não o fizeram em vida, não farão depois de mortos. 



     20. - Do que precede resulta que toda reunião espírita, para ser proveitosa, deve, como primeira condição, ser séria e recolhida; que aí tudo deve passar-se respeitosamente, religiosamente, com dignidade, se quiser obter o concurso habitual dos bons Espíritos. É preciso não esquecer que se esses mesmos Espíritos aí se tivessem apresentado quando vivos, teriam tido por eles considerações às quais têm ainda mais direito depois de mortos.

     Em vão alegam a necessidade de certas experiências curiosas, frívolas e divertidas, para convencer os incrédulos; o que acontece é de resultado negativo. O incrédulo, já inclinado a troçar das mais sagradas crenças, não pode ver uma coisa séria naquilo de que fazem pilhérias; não pode ser levado a respeitar aquilo que lhe não é apresentado de modo respeitável. Assim, reuniões fúteis e levianas, dessas onde nem há ordem, nem seriedade, nem recolhimento, ele sempre leva uma impressão má. O que pode convencê-lo é sobretudo, a prova da presença de seres cuja memória lhe é cara; é diante de suas palavras graves e solenes, diante de revelações íntimas que o vemos empalidecer e comover-se. Mas, por isso mesmo que há mais respeito, veneração, apego à pessoa cuja alma se lhe apresenta, ele fica chocado de vê-la vir a uma assembléia irreverente, entre mesas que dançam e chocarrices de Espíritos levianos. Por mais incrédulo que seja, sua consciência repele essa aliança entre o sério e o frívolo, o religioso e o profano, razão por que taxa  tudo de palhaçada e, por vezes, sai menos convencido do que havia entrado.
     As reuniões desse gênero sempre fazem mais mal do que bem, porque afastam da doutrina mais gente do que atraem, sem contar que oferecem o flanco à crítica dos detratores, que aí acham fundados motivos para troça. 




     21. - É erro fazer um divertimento com as manifestações físicas. Se elas não têm a importância do ensino filosófico, têm sua utilidade, do ponto de vista dos fenômenos, porque são o a, b, c, da ciência, do qual deram a chave. Posto que hoje menos necessárias, ainda a ajudam a convicção de certas pessoas. Mas não excluem, absolutamente, a ordem e a compostura nas reuniões onde se fazem experiências. Se fossem sempre praticadas de maneira conveniente, convenceriam mais facilmente e, sob todos os respeitos, produziriam muito melhores resultados. 




     22. - Sem dúvida, estas explicações são muito incompletas e, necessariamente, podem provocar numerosas perguntas. Mas não se deve perder de vista que isto não é um curso de Espiritismo. Tais quais são, bastam para mostrar a base sobre que ele repousa, o caráter das manifestações e o grau de confiança que podem inspirar, conforme as circunstâncias.
     Quanto à utilidade das manifestações ela é imensa, por suas conseqüências. Mas, ainda que só tivessem como resultado dar a conhecer uma nova lei da natureza, demonstrar materialmente a existência da alma e a sua imortalidade, já seria muito, porque seria uma larga via aberta à filosofia. (R. E. abril 1864 - Allan Kardec).  




"TODO UMBANDISTA DEVE TER MAIOR RESPEITO PELO ESPIRITISMO, POIS FOI NUM CENTRO KARDECISTA QUE A UMBANDA FOI ANUNCIADA, REDESCOBERTA E DALI  PROJETADA. UMBANDISTAS DEVEM RESPEITAR O ESPIRITISMO PELOS TRABALHOS E DEDICAÇÕES DE SEUS ÁRDUOS TRABALHADORES, PESQUISADORES, PROPULSORES COMO ALLAN KARDEC,  PELO AMADO IRMÃO CHICO XAVIER, BRASILEIRO E UM DOS MAIS RESPEITADO MÉDIUM  DO MUNDO. BEM COMO TANTOS OUTROS ESPÍRITAS E ESPIRITUALISTAS. SOMENTE NOS RESPEITANDO, NOS UNINDO, NOS FIRMANDO EM PESQUISAS E VERDADES, COM RESPEITO CULTURAIS E DEDICAÇÕES PODEREMOS CRESCER E AUXILIAR NOSSOS SEMELHANTES. QUE DEUS E O MESTRE JESUS CRISTO ABENÇOE A TODOS NÓS. AMÉM.   Ysaiias Pintto Sacerdote e Presidente da Sagrada Umbanda Original - SJC. "

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